Nesse contato, conscientizei-me da disponibilidade de cotas viáveis à instalação de usinas açucareiras bem como de destilarias de álcool, no país. Era um incentivo raro e interessante. Lutei pela causa, no IAA. Na ocasião, fui informado já terem sido destinados ao município mineiro de Dores do Indaiá 50.000 cotas destinadas a recursos nessa destinação. Comentei as qualidades de terras existentes aqui e falei do engenho existente na Olaria que já produzia aguardente deste 1920. Eram só terras boas. Das melhores da região. Falei que minha sogra era proprietária de muitos mil hectares de terras férteis aproveitáveis àquele fim, e que eu também que era dono da fazenda do Coqueiro – herdada do meu sogro que era continuação dessas mesmas faixas produtivas. Ficaram de estudar o caso e ordenaram a vinda de uma comissão do IAA a estudá-lo. Surpreendendo-me, tudo veio rápido e a conversa acabou gerando frutos muito importantes. Pois, vieram logo. Aqui chegando, visitaram as fazendas indicadas, principalmente a Capoeira da Cana (onde hoje existe a usina). O assunto teve seguimento.
*** Houve uma sucessão de acontecimentos e muitas reuniões principalmente no Clube Recreativo. E, finalmente, coroando o trabalho dos primeiros passos dados no seguimento da idéia surgida no primeiro semestre do ano anterior foi constituída a Companhia Industrial e Agrícola Oeste de Minas para a exploração de suas atividades cujo objetivo era a instalação de uma usina açucareira com um anexo destinado à destilaria de álcool. Formalizou-se a sua constituição e logo foi registrada a empresa na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais onde recebeu o número 29.770, de 8 de agosto de 1946, dizendo-se criada no dia 03 desse mês e ano. O fato se deu nos primeiros dias do 2º semestre do ano de 1946.
** Criada e instalada, veio a produzir após ser autorizada pelo IAA e assim funcionou durante longo tempo ostentando o nome fantasia de “Usina São Francisco. Para consolidar o objetivo e chegar-se a tanto, uma firma francesa, sediada em Paris – a Fives Lilly, encarregou-se do fornecimento e da montagem do primeiro engenho destinado ao fabrico de açúcar (a usina propriamente dita). cujo trabalho ficou por conta de um técnico, vindo de lá, de nome Mr. León Cousar, enquanto o setor de instalação e produção de álcool (a destilaria) era dirigido por um encarregado da CODIQ – uma empresa paulistana, dirigida pelo seu encarrego conhecido pela alcunha de “Japão”, visto parecer-se japonês (não tendo me inteirado do seu nome). Veio também, para dar início à produção, um prático experiente na produção de açúcar encontrado numa das usinas já existentes: o sêo Borges que era até chamado de Doutor. Desse jeito, foi-se indo até acontecer a primeira safra em outubro de 1948. Logo após iniciada a produção, a CIAOM foi transferida aos domínios do grupo financeiro do Dr. Antônio Luciano Pereira Filho, ora sob a direção do seu pai: Cel. Antônio Luciano Pereira, que dela se tornou Diretor Presidente. Isto aconteceu em 26 de fevereiro de 1949 (conforme ata registrada na JUCEMG – nº 30.075 – em 19 de maço de 1949”
A Engenhoca de Cana-de-Açucar no Município de Lagoa da Prata que Se Tornou Uma Potência
Silvério Rocha Restaurador da história de Lagoa da Prata: Escritor e Advogado Silvério Rocha, que também era Farmacêutico amigo íntimo de Zezé Macêdo, e ainda adolescente trabalhou com seu Irmão Irineu Macêdo Farmacêutico e Manipulador em Sua Farmácia.
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